Texto extraído do livro Extra Fresco, O Guia dos Azeites do Brasil, autoria de Sandro Marques
O método oficial do Conselho Oleícola Internacional (COI) prevê a avaliação de 3 atributos.
Frutado
Notas aromáticas e gustativas que lembram folhas, ervas e frutas. Se um azeite é extravirgem do ponto de vista químico, mas não apresenta frutado (o que chamamos de “azeite plano”), ele não pode ser caracterizado ou vendido como extravirgem.
Picância
A picância é uma reação que ocorre no fundo da boca e na garganta. É um indicador de juventude do azeite e de bom teor de biofenóis. Alguns azeites apresentam uma picância tão alta que dão até um toque apimentado quando usados para finalizar um prato.
Amargor
O amargor também é um indicador de qualidade. Nas últimas décadas, a tendência tem sido colher azeitonas mais precoces, o que aumenta a picância, o amargor e os benefícios para a saúde.
Arbequina
Origem: Espanha Uso: Azeitona de Mesa e Azeite
Variedade excepcional que, recentemente, um painel de professores no tema denominou de “O Caviar Beluga” das Olivas. Nos últimos anos, tanto a azeitona como o seu azeite se tornaram protagonistas nas mais importantes vertentes da gastronomia do planeta. Resiste vigorosamente em baixas temperaturas. Versátil, flexível, e amoldável, se adaptou sossegadamente à América Sul. No Brasil, à Mantiqueira e ao Rio Grande do Sul.
Arbosana
Origem: Espanha Uso: Azeite
Variedade excepcional, originária da costa do Mediterrâneo, ao redor de Barcelona. Os frutos, ovoides, passam do verde-clarinho ao violeta e mantêm a polpa firme. Embora a sua proporção peso/emulsão não vá além dos 20%, resulta num azeite de raro vigor. Não se irrita com a proximidade de outras espécies ou com a alta densidade de plantas, mesmo em uma área bem compacta.
Ascolana
Origem: Itália Uso: Azeitona de mesa e azeite
Originária do Mar Adriático, no leste da Velha Bota, se adaptou razoavelmente aos solos ricos em calcário do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e até de Minas Gerais.
É tolerante ao frio e resistente às pragas. Generosa na produção de frutas de coloração bem esverdeada. Sua polpa se separa com facilidade do caroço. Daí a sua presença na escolta de drinques e no couvert.
Grappolo
Origem: Itália Uso: Azeite
Variedade vigorosa, originária da região de Florença. Disseminada na Serra da Mantiqueira, “A Toscana Brasileira”. Frutas de maturação tardia, de formato alongado e assimétrico. Ótimo rendimento, que resulta em um azeite verde, frutado, de notas amargas e sabor picante.
Koroneiki
Origem: Grécia Uso: Azeite
Variedade medianamente rústica, prefere clima ameno das regiões costeiras e resiste ao frio. É a azeitona que menos se incomoda com a proximidade de outras espécies ou com a alta densidade de plantas. Ostentam quantidade elevada de óleo extraído.
Adaptou-se às características de solo e de clima no Brasil. Resulta num azeite de excelente qualidade e de personalidade forte, de tom verde-limão, aroma frutado, textura suave e macia, sabor levemente amargo e com um fundo picante.
Picual
Origem: Espanha Uso: Azeite
Variedade riquíssima em polifenóis, originária do sul da Península Ibérica, responde por metade das oliveiras da Espanha, 20% das plantas do resto do planeta e cerca de 25% da produção mundial de azeite.
Pelas suas características organolépticas, como o teor de antioxidantes é muito utilizada em blends.